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CRP 07/31483
O verdadeiro conceito da palavra emoção parece ser óbvio e simples, e tem sido usado no cotidiano com bastante frequência, porém, a ciência psicológica tem mostrado que a definição de emoção não é tão simples assim. A literatura tem evidenciado que as emoções não se apresentam como uma reação isolada, e sim que envolve múltiplas variáveis. A emoção surge em decorrência das vivências afetivas e pode ser entendida como uma condição complexa e momentânea, entendendo que ela provoca modificação no funcionamento psicológico e fisiológico, preparando o indivíduo para a ação.
De maneira simplificada vou descrever exemplos de como as emoções se apresentam em relação as nossas percepções, vivências e experiências. A um evento percebido pelo sujeito seguem-se cognições, que podem ser conscientes ou inconscientes, e que atribuem um valor ao acontecimento. A interpretação (cognição) que fazemos se dá pelas experiências que tivemos em relação a nossa construção de vida, e assim pela maneira que enxergamos e percebemos o mundo.
Se aquele evento possuir valor afetivo, podem ocorrer as reações que estão agrupadas no conjunto de contorno tracejado. As possíveis reações são: afetos subjetivos (impressão subjetiva); mudanças corporais típicas do sistema nervoso autônomo (alterações fisiológicas), como sudorese, dilatação das pupilas ou alteração do batimento cardíaco e da respiração; e, um grupo de reações comportamentais (comportamento expresso), que inclui desde expressões faciais, vocais, alterações na postura e até movimentação. Todas essas três reações podem ocorrer simultaneamente (por exemplo, ao escutar uma piada e espontaneamente dar risada, o coração acelerar e sente-se bem); apenas duas (por exemplo, ao escutar os comentários desagradáveis de uma pessoa, alterando-se a respiração e sentindo-se incomodado, porém sem alterar a expressão facial); apenas uma (por exemplo, dar um sorriso simples de bom dia) ou mesmo nenhuma, que seria o caso do evento não ter valor para o indivíduo. (MIGUEL, 2015)
Na literatura é normal encontrarmos a nomenclatura “emoções básicas” e/ou “emoções primárias” para se referir as primeiras emoções percebidas desde o início do ciclo vital nos seres humanos e estas são representadas pela alegria, medo, surpresa, tristeza, nojo e raiva. As emoções primárias também podem ser percebidas pelas nossas expressões faciais sendo que a face é considerada a região corporal humana com maiores recursos para expressão, uma que seus principais músculos estão concentrados na região oral, o que resulta na possibilidade de movimentação em diversas direções. Músculos que também estão envolvidos na expressão facial são os músculos das sobrancelhas, da testa, das pálpebras e do pescoço, embora estes possuam menor liberdade de direções.
As nossas emoções podem ser ferramentas de autoconhecimento, entendendo que elas nos guiarão para um comportamento funcional ou disfuncional. O que promove a diferença entre ter uma resposta impulsiva e desagradável ou uma resposta sensata para um momento de estresse por exemplo, é o que chamamos de consciência. A consciência nos faz refletir e decidir sobre o melhor comportamento quando estamos diante de um evento que gere desconforto interno pela maneira como o avaliamos e/ou pela forma como as nossas emoções pulsam no nosso interior. Percebe-se então, que quando agimos com impulsividade e através de comportamentos automáticos podemos ter respostas inapropriadas para o momento e para alcançarmos comportamentos mais eficazes, a consciência gera melhores resultados.
A psicoterapia vem exercendo um papel muito importante tanto na reabilitação quanto na promoção de saúde mental. Conhecer a si mesmo facilita a oportunidade de observar as suas fragilidades e ir se desafiando em busca de melhorias, tendo como recompensa, dentre muitas delas está a satisfação pessoal e fortalecimento das relações interpessoais.