
Emoções & comportamentos: O que acontece por trás das reações humanas

Renata Scheffer
CRP 07/31483
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CRP 07/31483
A desregulação emocional se apresenta através de reações inadequadas ou desproporcionais em situações mais
delicadas e até em situações consideradas normais. Essa condição pode estar relacionada com vários transtornos
psicológicos, como a depressão, os transtornos ansiosos e também os transtornos de personalidade, entre outros.
Entendermos que sentimentos como tristeza, medo, ansiedade, insegurança e raiva são vivenciados no nosso dia
a dia. Porém, quando essas emoções começam a se apresentar com maior intensidade e com mais frequência, necessitamos ligar um sinal de alerta, pois o sofrimento e algumas limitações podem já estar “enraizados”, atrapalhando a nossa funcionalidade.
A dificuldade em conseguir regular as emoções tende a trazer danos para o indivíduo tanto no desempenho profissional como nos relacionamentos sociais.
Uma alta carga de sentimentos é sentida e externalizada sobre outra pessoa, evento ou circunstância, e isso é feito de maneira impulsiva, sem que haja reflexão sobre a situação ou comportamento.
Outro ponto a ser pensado é sobre a nossa tolerância às frustrações da vida. Quanto maiores as nossas intolerâncias, mais estaremos suscetíveis a experienciar a desregulação emocional e maiores serão os prejuízos para a nossa saúde mental e emocional.
A grande maioria dos indivíduos que busca por acompanhamento psicológico está vivendo algum sofrimento relacionado à saúde emocional/mental. E sim, o início do tratamento, trabalhar o autoconhecimento, é um
passo importante no processo de reabilitação da saúde. Em algumas situações, a psicoterapia; em outras, o tratamento combinado de psicoterapia e medicação. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem que tem apresentado grande efi cácia para identifi car e modificar padrões de comportamentos disfuncionais.
Prevenir é sempre um caminho mais leve. Busque por
qualidade de vida.
Aspectos neurobiológicos da desregulação emocional
Por trás das reações desproporcionais há uma intensa atividade no sistema límbico, especialmente na amígdala,
que responde de forma exagerada a estímulos percebidos como ameaças. Em indivíduos com baixa regulação
emocional, nota-se simultaneamente um déficit na ativação do córtex pré-frontal, responsável pelo controle executivo e pela reflexão sobre as próprias emoções. Esse desequilíbrio entre reatividade límbica e controle cognitivo explica a dificuldade em “pausar” antes de reagir impulsivamente e reforça a importância de intervenções que fortaleçam vias neurais de autorregulação.
Estratégias práticas de autorregulação emocional
Para promover maior equilíbrio afetivo, é fundamental adotar práticas cotidianas que ativem o córtex pré-frontal
e diminuam a reatividade límbica. Técnicas de respiração diafragmática, exercícios de grounding (focalização nos cinco sentidos), treinos de atenção plena (mindfulness) e anotações em diário emocional são ferramentas eficazes para ampliar a consciência interna e desacelerar as respostas automáticas. Além disso, manter uma rotina regular de sono, alimentação equilibrada e atividade física moderada fortalece a resiliência emocional, tornando menos frequentes e intensas as crises de desregulação.
A importância da rede de apoio e continuidade terapêutica
Nenhum protocolo funciona isoladamente: além do trabalho individual em psicoterapia, o apoio de familiares, amigos e grupos de suporte pode acelerar o processo de recuperação. Compartilhar experiências em ambientes seguros, como grupos terapêuticos ou comunidades online moderadas, diminui o estigma e amplia estratégias de enfrentamento. Em casos mais severos, o uso de medicações prescritas pode ser combinado à psicoterapia para reestabelecer o equilíbrio químico cerebral; o acompanhamento médico regular, portanto, é um pilar indispensável para garantir a eficácia do tratamento e prevenir recaídas.
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