
Doenças de inverno: Como prevenir ser pego pelo ''friozinho''

Drª. Marcia Laux Bronzatto
CRM/RS 26880 | RQE 19367/19650
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Dentre tantas infecções virais que acometem as crianças, a Bronquiolite Viral Aguda (BVA) se destaca pelo grupo etário que mais afeta as crianças pequenas, menores de 2 anos. A BVA pode ser causada por diversos vírus respiratórios, como o rinovírus, o influenza, o adenovírus, o metapneumovirus e o Vírus Sincicial Respiratório, sendo este o principal deles.
A maioria das crianças pequenas, quando entram em contato com os vírus respiratórios, apresentam sintomas gripais leves, como coriza, tosse, obstrução nasal, febre. O quadro costuma durar de 7 a 14 dias e melhora gradualmente. Porém, uma parcela destas crianças vai apresentar a BVA também.
Mas afinal, o que é a bronquiolite?
A bronquiolite é a inflamação dos bronquíolos – que são como pequenos canudinhos - do calibre de um grafite, que conduzem o ar até os alvéolos, local onde as trocas gasosas acontecerão. Na BVA, os bronquíolos ficam grossos e cheios de muco, e surgem os sintomas, como respiração rápida, chiado , tosse, acúmulo de secreções, dificuldade para se alimentar, vômitos...
A maioria das crianças com BVA farão um quadro mais leve, porém algumas farão um quadro mais grave, necessitando de hospitalização. Sabemos que algumas crianças têm um risco maior de desenvolver a BVA grave, como os prematuros, as crianças com doenças crônicas, cardiopatas, as menores de 3 meses, as que não estão em aleitamento materno e as que convivem com famílias numerosas.
O diagnóstico é essencialmente clínico - através dos sintomas e do exame físico, e alguns recursos podem auxiliar na avaliação da gravidade como exames de imagem e exames de sangue. Não dispomos de testes virais para todos os vírus, mas conforme a necessidade, podemos tentar identificar alguns, como o influenza e o sincicial respiratórioComo a doença é viral, o tratamento principal é o de suporte, como limpeza das vias aéreas, anti térmicos e hidratação. Algumas necessitarão de mais recursos, como oxigênio, medicamentos inalatórios, anti-inflamatórios, antibióticos, fisioterapia respiratória... conforme a gravidade do caso.
Considerando que diversos vírus podem causar a BVA, e o sistema imunológico da criança pequena é imaturo, algumas podem apresentar BVA de repetição, se forem expostas frequentemente, como nas escolinhas ou famílias com outras crianças. Também condições pessoais podem facilitar os sintomas recorrentes, como malformações, história familiar de doenças respiratórias, condições perinatais, imunodeficiências... cabe ao pneumologista fazer essa avaliação, indicando medidas e tratamentos para cada situação.
Sendo assim, a prevenção é muito importante, principalmente para os menores de 6 meses, grupo mais vulnerável à complicações. Cuidados importantes reduzem a chance de a criança contrair a BVA.
Vale destacar:
- Medidas de higiene pelos cuidadores, como lavagem das mãos, uso de álcool gel, sempre que tocarem ou alimentarem a criança;
- Evitar contatos desnecessários, como ambientes aglomerados, pouco ventilados, exposição à adultos e crianças gripadas.
- Ofertar alimentos higienizados adequadamente, leite humano ou fórmulas adequadas para a idade, hidratação;
- Evitar exposições que possam agravar a BVA, como tabagismo domiciliar, fumaça, poluentes irritantes como tintas, gases...
- Imunização passiva para os grupos de risco de gravidade maior, como prematuros extremos, cardiopatas...
- Imunização ativa das gestantes contra o grupo Influenza e, mais recentemente, contra o Vírus Sincicial Respiratório , o principal vírus envolvido nas bronquiolites.
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