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CRM/SC 13495 | RQE 11874
Nos últimos 10 anos, a lombalgia foi apontada como a principal causa de afastamento do trabalho no Brasil e considerada o maior fator de incapacidade no mundo. As origens da lombalgia são principalmente mecânicas ou ergonômicas, podendo haver outros componentes, como emocionais e genéticos.
A fim de avaliar a pressão dentro do disco intervertebral lombar em diversas posturas, um estudo demonstrou que aquela que mais exerce pressão no disco é a posição sentada na cadeira com o tronco voltado para frente, seguida pela posição quando o indivíduo dobra a coluna para alcançar algo próximo à altura dos joelhos, e posteriormente pela posição sentada sobre a coluna. Observe que, nessas três posturas, a curvatura natural da coluna lombar é desfeita, dando uma pista de que devemos procurar manter a curvatura côncava da coluna lombar nas nossas atividades diárias.
Para o seu diagnóstico e tratamento, na maioria das vezes, não há necessidade de exames de imagem. Muitas vezes, o paciente anseia que o médico solicite uma ressonância magnética para, literalmente, ver o que tem. Contudo, ao realizá-la, muitas informações sem relação com a causa real da dor podem aparecer, como a protrusão discal, também chamada de hérnia de disco, que se evidencia em mais de 50% das pessoas entre 20 a 39 anos, sem nenhuma queixa de dor lombar, e 75% em pessoas de 60 a 80 anos. Outros achados, tais como alterações degenerativas, comportam-se de maneira semelhante. E por que isso acontece? Porque a maior parte das dores lombares tem origem no músculo e sua fáscia, causando a síndrome dolorosa miofascial, podendo ser diagnosticada e avaliada na consulta médica.
Em termos de qualidade de vida, outro importante estudo avaliou pacientes após 1 ano da crise lombar, e concluiu que aqueles que realizaram exame de imagem estavam piores que aqueles que não o fizeram. Isso acontece justamente porque o exame acaba rotulando a pessoa como portadora de uma doença temida, ou seja, um problema grave de coluna, levando o indivíduo, erroneamente, a tomar medidas de privação de movimentos, como práticas esportivas e laborais, causando enorme impacto na sua qualidade de vida, assim como a perpetuação da dor, pois além da carga emocional envolvida neste contexto, aparentemente, pessoas que fazem muito repouso costumam ficar piores do que aqueles que se mantiveram ativos.
A acupunturiatria, reconhecida como uma das 7 especialidades médicas para tratamento da dor, tem a habilidade de avaliar o paciente com tal sintoma em toda a sua dimensão, abrangendo os componentes sensitivos, emocionais e comportamentais, individualizando o tratamento, o que pode incorporar diversas técnicas de acupuntura, neuromodulatórias, neurofuncionais e medicamentosas, assim como, caso seja necessário, encaminhar a um médico de outra especialidade, para avaliação ou mesmo para a continuidade de seu tratamento.