Cirurgia do Fígado - Alta complexidade ao nosso alcance

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A cirurgia hepática até a década de 90 era realizada em poucos centros especializados, com resultados desanimadores. Com a expansão de centros de cirurgia hepatobiliar e transplante de fígado, houve um aumento exponencial da cirurgias realizadas e melhora significativa dos resultados.
As principais indicações de hepatectomia (retirada parcial do fígado) são os tumores: malignos como hepatocarcinomas (pacientes com cirrose e hepatites) e metástases de tumores colo-retais (câncer inicial no intestino grosso) e benignos como adenomas (principalmente em mulheres em uso de anticoncepcional oral).
O mais importante quando o paciente realiza algum exame de imagem, tais como ultrasom, tomografia e ressonância, e se depara com o diagnóstico de tumor no fígado, é consultar com um médico especialista que vai orientar o tratamento, e se indicada, realizar a hepatectomia.
Outro fator importante no sucesso destas cirurgias de alta complexidade é a experiência da equipe e o número de cirurgias realizadas no hospital. Como trabalhamos nos hospitais de referência da região e fazemos parte do serviço de residência médica, recebemos casos de outros hospitais menores, fazendo com que tenhamos um bom número de cirurgias, aproximando nossos resultados com os dos grandes centros do país.
As hepatectomias podem ser realizadas do modo convencional (aberta) e hoje em dia em casos selecionados, por videolaparoscopia.
A experiência com a videolaparoscopia vem aumentando e já se consegue em alguns casos realizar hepatectomias por vídeo, diminuindo a dor no pós-operatório e o tempo de recuperação, podendo o paciente retornar as suas atividades precocemente.
No período pós-operatório imediato o paciente deve ficar na UTI (24h), para monitorização de sangramentos e função hepática. Quando estável, retorna para o quarto. A dieta é iniciada por via oral, no segundo ou terceiro dia após a cirurgia, se o intestino estiver funcionando. Após a remoção cirúrgica de parte do fígado (em um fígado normal até 75% pode ser retirado), ele começa a se regenerar em 48 horas e atinge tamanho próximo ao normal em 4-6 semanas. A função volta ao normal em 6-8 semanas.
Fonte: Revista Saúde Criciúma