
BEBÊS PODEM TER INTOLERÂNCIA A LACTOSE?

Drª. Thais Oliveira De Sousa
CRM/SC 22381 | RQE 18942 | 17116
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De uns anos para cá, produtos ‘zero lactose’ têm se tornado comuns nas prateleiras de supermercados, sendo assim, a lactose passou a ser vista como uma vilã para saúde. Mas será que isso é real?
A lactose é o açúcar natural do leite, digerida no intestino delgado pela enzima lactase. A não ser em casos raríssimos, todo mundo nasce com a capacidade de produzir lactase. Sua atividade atinge um pico no momento do nascimento, mas é reduzida na maioria da população durante a infância e adolescência.
Intolerância à lactose é quando há deficiência na produção da enzima lactase. Os principais sintomas são: dor ou distensão abdominal, flatulência e diarreia. A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida. Algumas crianças toleram 1 a 2 copos de leite ao dia sem presença de sintomas.
Temos três tipo de intolerância a lactose:
-Congênita: Muito rara. Ocorre quando o bebê nasce sem produzir a lactase, característica notada ainda na maternidade após as primeiras mamadas.
-Primária: Ocorre em até 70% das pessoas, em maior ou menor grau. Porém, só se inicia a partir dos 5 anos de idade em pessoas com predisposição genética. Inicia-se com sintomas discretos podendo se intensificar na adolescência ou início da vida adulta.
-Secundária: Ocorre após algum tipo de lesão no intestino como gastroenterite, doença celíaca, desnutrição, alergias alimentares, entre outras. Nesses casos, é uma situação temporária. Tratando a causa da lesão intestinal, a lactase volta a ser produzida normalmente.
Importante citar que a lactose está sempre presente no leite materno, mesmo que a mãe esteja em dieta sem leite de vaca, pois faz parte da composição básica e essencial do leite humano. 90% da lactose do leite materno será absorvida no intestino e utilizada na constituição dos galactolipídeos integrantes do sistema nervoso do bebê. Além disso, ela é uma fonte de energia e crescimento. Os 10% restantes ficam no intestino e serão úteis para: formação de fezes mais amolecidas, reduzindo a chance de constipação; promoção do crescimento da flora bacteriana intestinal (prebiótico); ação facilitadora para a absorção de cálcio e fósforo no intestino.
Existem casos específicos nos quais a lactose pode causar problemas, porém são situações infrequentes no bebê e na criança pequena. Para quase todos os bebês a lactose será benéfica. Antes de iniciar uma dieta de restrição, procure um especialista para o diagnóstico correto, para evitar o risco de deficiência de nutrientes.
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