Blog

Acompanhe as novidades e dicas de saúde e bem-estar

TDAH - COMO DIAGNOSTICAR E TRATAR

Foto de Drª. Cinthia Réus Coelho

Drª. Cinthia Réus Coelho

CRM/SC 21503 | RQE 19034

TDAH - COMO DIAGNOSTICAR E TRATAR
Blog

Nos termos do DSM-5, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ( TDAH ) é
definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por níveis prejudiciais
com seis ou mais sintomas de desatenção, desorganização e/ou
hiperatividade-impulsividade. Existem três tipos:
1- Os predominantemente desatentos;
2- Os predominantemente hiperativos/impulsivos;
3- Os do tipo combinado (aqueles que apresentam ambas as características). As causas do
TDAH ainda não são completamente esclarecidas, havendo evidências de que o componente
genético exerça forte influência na ocorrência do transtorno. O diagnóstico do TDAH deve
ser feito por um médico, preferencialmente um psiquiatra. Outros profissionais podem
ajudar na identificação de sinais do transtorno devendo então encaminhar o indivíduo para o
diagnóstico médico.


Sintomas de desatenção:


• Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados
em trabalhos escolares ou outras atividades.
• Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou
durante jogos.
• Não parece prestar atenção quando abordado diretamente.
• Não acompanha instruções e não completa tarefa.
• Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
• Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem
manutenção do esforço mental durante longo período de tempo.
• Frequentemente, perde objetos necessários para tarefas ou
atividades escolares.
• Distrai-se facilmente.
• É esquecido nas atividades diárias.


Sintomas de hiperatividade e impulsividade:


• Movimentar ou torcer mãos e pés com frequência.
• Frequentemente, movimenta-se pela sala de aula ou outros locais.
• Corre e faz escalada com frequência excessiva quando esse tipo
de atividade é inapropriada.
• Tem dificuldades de brincar tranquilamente.
• Frequentemente, movimenta-se e age como se estivesse
"ligada na tomada".
• Costuma falar demais.
• Frequentemente, responde às perguntas de modo abrupto,
antes mesmo que elas sejam completadas.
• Frequentemente, tem dificuldade de aguardar sua vez.
• Frequentemente, interrompe os outros ou se intromete


TDAH NO ADULTO: Estudos também documentaram a validade do diagnóstico de TDAH
entre adolescentes mais velhos e adultos jovens. A redução dos sintomas de
hiperatividade/impulsividade é mais significativa do que a dos sintomas de desatenção.
Assim, a apresentação mais frequente encontrada em adultos é o TDAH com sintomas
predominantemente desatentos.
A hiperatividade pode, em curto prazo, ser compensada por constantemente realizar
atividades esportivas ou constantemente procurar algo para fazer. Por vezes, também se
manifesta em conversas excessivas, incapacidade de parar de falar ou de manter atividades
ou sacudir-se sem parar. O TDAH também é descrito como “o freio está desligado”, referido
por muitos pacientes com hiperatividade.
Comportamentos impulsivos, como agir sem pensar ou deixar escapar coisas, gastar muito
dinheiro ou rápido demais, executar planos imediatamente, renunciar a empregos
intempestivamente, iniciar relacionamentos de forma súbita e não conseguir adiar a
satisfação das necessidades, podem se manifestar. Tais comportamentos geralmente afetam
relacionamentos com outras pessoas e com empregadores, bem como impactam a situação
financeira da pessoa.
Compulsões impulsivas também ocorrem com frequência, muitas vezes para combater a
inquietação ou a incapacidade de adiar a satisfação das necessidades. Compulsão alimentar
pode explicar por que os adultos com TDAH geralmente sofrem com o excesso de peso.
HIPERFOCO: Há também no TDAH uma forma de superconcentração ou “hiperfoco”, em que
a extensão na qual alguém pode ficar sem se distrair é problemática. Esse fenômeno ocorre,
sobretudo, durante atividades que o paciente acha muito interessantes, como usar o
computador ou conversar na internet.
Com isso, pode concentrar-se por horas a fio de maneira muito focada, sem interrupção. Isso
possivelmente se deva, sobretudo, ao ambiente “recompensador” dinâmico da internet ou
dos jogos, que prendem a atenção e estimulam o hiperfoco.
O TDAH pode, portanto, andar de mãos dadas com o déficit de atenção e a
superconcentração periódica, e, portanto, ser visto como um distúrbio de desregulação da
atenção (em vez de déficit). O problema não é que um paciente com TDAH não possa se
concentrar, mas o fato de não conseguir empregar sua capacidade de concentração no
momento adequado.
A EDUCAÇÃO SOBRE O TDAH: A educação de pacientes e familiares sobre o TDAH não se dá
em algumas poucas conversas. Ela deve ser um processo contínuo, que lide com
preocupações que se modificam conforme o indivíduo encontra novos desafios e atravessa
estágios de desenvolvimento ao longo do tempo. A seguir, estão descritos alguns recursos
úteis para pais, professores e outros interessados em informações atualizadas sobre o TDAH:
1. Dedique 10 minutos diários para definir uma lista de coisas a fazer, mas não liste mais
que 2 a 5 itens, pois assim a lista se manterá realizável.
2. Use uma agenda na qual possa anotar compromissos, horários, tarefas de trabalho e
escola, bem como momentos reservados para atividades de recreação e autocuidado.
3. Revise sua agenda no começo do dia ou na noite anterior.
4. Preveja as distrações mais prováveis e as barreiras que podem impedir a realização de
suas tarefas e crie formas de evitá-las.
5. Planeje atividades físicas, descanso adequado e horários de refeição regulares. -
Considere que você conseguirá realmente cumprir seus planos apesar de sentir
desconforto com eles (mesmo que não esteja no clima para a tarefa, acredite que
você pode começá-la e terminá-la).
6. Use o débito automático para as contas recorrentes e lembretes eletrônicos para suas
tarefas.
7. Antes de começar um novo projeto, assegure-se de que ele é realmente factível ou
pondere se você não deveria recusá-lo.
8. Verifique diariamente sua correspondência e jogue fora o que não for necessário.
9. Para as tarefas que você precisa realizar, mas tem vontade de evitar, comece
dedicando apenas 10 minutos, dando-se a opção de continuar além desse limite caso
sinta-se pronto. Muitas vezes, começar é a parte mais difícil de uma tarefa.
TRATAMENTO: Os indivíduos variam consideravelmente em relação à dose necessária para
resposta ótima do fármaco, duração da ação, frequência da dosagem e tendência para
experimentar o efeito rebote quando a substância começa a sair do organismo. Sobretudo
para os estimulantes, os efeitos clínicos variam entre os indivíduos, independentemente do
peso, e são diferentes de muitos outros medicamentos usados em populações pediátricas.
A presença de comorbidades, como ansiedade, depressão e transtorno do espectro autista,
influencia os perfis de efeitos adversos dos medicamentos e como determinada dose de
medicamento impacta a janela terapêutica, dentro da qual as respostas ao tratamento se
tornam ótimas.
Algumas crianças necessitam de tratamento combinado para obter controle total sobre seus
sintomas, os quais podem incluir uma combinação de desatenção, hiperatividade,
impulsividade, desregulação emocional, alteração do humor, ansiedade e tiques. Uma
seleção prudente e criteriosa de agentes apropriados para uma terapia combinada é
baseada no conhecimento sólido de psicofarmacologia.
ESCOLHENDO O MEDICAMENTO:
Como já mencionado, existem vários medicamentos e diversas formulações licenciadas para
o tratamento do TDAH. Portanto, é importante pensar sobre o tamanho do efeito dos
medicamentos, a ordem na qual eles devem ser prescritos e em que circunstâncias essas
regras gerais devem ser quebradas. Tomadas em conjunto, as evidências de ensaios clínicos
sugerem que há poucas diferenças em termos de eficácia, segurança e tolerabilidade entre o
metilfenidato e os medicamentos anfetamínicos, mas que esses psicoestimulantes são, pelo
menos em relação à classe farmacológica, mais eficazes que os não estimulantes licenciados
para uso no TDAH.

Compartilhar: