Acompanhe as novidades e dicas de saúde e bem-estar
CRM/SC 10178 / RQE 4554
José
Catalino Lopez, 53 anos, há quase 17 anos sem nada
enxergar, nem mesmo a luz, devido a doença glaucomatosa que lhe retirou a visão
de forma irreversível é um exemplo a ser seguido por tantos outros deficientes
visuais que estão de braços cruzados deixando a vida passar. José Catalino
Lopez após ser acometido pela doença começou a desenvolver habilidades que
antes não conhecia, nas palavras dele: "No primeiro momento pensei que
tudo tinha acabado, mas logo em seguida procurou recursos para ser independente,
e não parei por aí, fui muito mais além.”
Num primeiro momento a busca foi para ser independente, ou seja,
conseguir "se virar sozinho". Em outro momento procurou a
profissionalização e além de concluir seu curso superior em Pedagogia, é massoterapeuta.
Este caso, para muitos leitores é visto como um caso
de superação, como uma exceção à regra, qual seja: que o deficiente é portador
de um estigma que o impede de ter uma vida próxima à vida normal de qualquer
outro cidadão. Que ao ser acometido pela mazela da cegueira ou baixa visão, deverá
ficar parado esperando a "morte da bezerra". Só que não.
Estamos em pleno século XXI, e hoje, a ciência trouxe
conhecimentos técnicos e tecnologia suficientes para permitir conhecimentos,
habilidades e atitudes que permitem ao deficiente buscar suas necessidades e
desenvolver seus talentos sem precisar depender de mais ninguém. E é uma área
que a cada dia desenvolve-se mais e mais. Com a motivação, o apoio familiar e
muito treinamento, hoje, o deficiente visual é capaz de acompanhar uma aula
normalmente, absorver o conteúdo da matéria da mesma forma que os demais
alunos, sem a necessidade de professor tutor. É capaz ainda de escrever,
responder às questões da prova, apresentar trabalhos, participar de grupos de
estudos, com as dificuldades normais de qualquer outro aluno.
Com a orientação necessária, o deficiente visual pode
deambular com segurança e tranquilamente, com eficácia para onde lhe
interessar, sem a necessidade de outra pessoa para lhe guiar.
Outras tarefas que lhe são importantes, como cozinhar,
arrumar sua casa, vestir-se, sua higiene pessoal não precisam ficar por conta
de parentes, com técnicas práticas é possível ao deficiente visual morar até
sozinho, se assim o desejar.
O mundo tecnológico também
está ao alcance do deficiente visual, como por exemplo, enviar e receber
emails, conversar pelo Whats App, ir ao caixa eletrônico, jogos digitais, e
muito mais.
No mundo atual a parte mais importante é a cultura
do autocuidado ser desenvolvida, para que o deficiente visual entenda que a
vida não espera por ele e que as oportunidades são muitas para que ele
consiga desenvolver seus objetivos e também para que contribua no
desenvolvimento de uma sociedade melhor.
Mas este mundo de possibilidades à disposição do
deficiente visual só poderá ser alcançado através de treinamento com uma equipe
especializada, que possa lhe proporcionar as orientações e as práticas, além de
aconselhamentos, que possibilitem ao deficiente visual concretizar seus
desejos.
Por exemplo: Será através de um pedagogo treinado e
com competência em adequação dos recursos pedagógicos e adaptações curriculares
que o deficiente visual será capaz de acompanhar uma turma em sala de aula
regular, pois de outra forma, tal experiência se demonstrará uma verdadeira
frustração e como uma barreira para o seu aprendizado. Para isso, o
seguimento constante e atuante do profissional pedagogo especializado em
avaliação funcional da visão norteará o caminho a ser seguido pelo
aprendiz.
Este é só um exemplo para caracterizar como
o treinamento especializado pode trazer benefícios ao deficiente visual,
por isso o aprendiz ao ser imerso no programa para reabilitação visual deve
desenvolver suas habilidades e competências de forma holística para além de
complementar o que a sociedade lhe oferece, suplementar sua formação e suas
aptidões.
Nossas atividades são desenvolvidas de forma
integral, quando o aprendiz é imerso em um programa que, de forma
personalizada, anuncia o ponto de partida e depois se compartilha o objetivo de
chegada, com treinamentos, na grande maioria das vezes, com 1h e meia de
duração a intervalos de 2 vezes por semana, durando em média 6 meses. Os
resultados são surpreendentes, não havendo, aluno que conheça a palavra
fracasso. Em outras palavras, do deficiente visual aguardamos a motivação, o
resto caminharemos juntos.